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Estudantes fazem mutirão para revitalização de casas na favela de Heliópolis

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Natália Eiras

Alunos de escola particular participam de projeto em parceria com a ONG Habitat para Humanidade, da Unesco. “Todos merecem uma moradia de qualidade”, afirma estudante

O melhor lugar para passar um tempo com os amigos é em casa. A galera se joga no chão da sala, estoura uma pipoca e a tarde passa entre jogos de videogame e filmes que a gente mal vê o tempo passar. Agora imagina se você não se sentisse à vontade de reunir a turma em sua própria residência por achá-la feia.

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Gustavo Bueno Soares (16), Giovanna Maria Moscato (16) e Bruno de Barros Feitosa (15) ouviram uma história parecida no sábado (31), quando participaram do mutirão organizado pelo colégio Guilherme Dumont Villares em parceria com a ONG Habitat para Humanidade, da Unesco, para revitalizar moradias da favela de Heliópolis, em São Paulo.

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“Uma menina disse que nunca tinha levado as amigas em casa por não gostar do lugar”, conta Giovanna. “[Depois da reforma] ela disse que esta seria a primeira vez que juntaria as amiguinhas na residência.”

Os adolescentes são alguns dos cerca de 70 jovens que se engajaram em colocar a mão na argamassa ao lado da ONG que, em 40 anos de existência, já construiu ou reformou 800 mil casas, sendo 6 mil no Brasil. O trabalho da organização não governamental atendeu 4 milhões de pessoas e tem como meta ajudar 5 mil famílias brasileiras até 2016, oferecendo assistência técnica e educação financeira.

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“Sei que sou privilegiada por ter o que tenho, então fazer isto é um jeito de fazer a minha parte”, justifica Giovanna. “Todo ser humano precisa de uma habitação de qualidade para viver”, complementa Gustavo.

O grupo arrecadou dinheiro e reformou a fachada de algumas residências da comunidade paulistana. O fato de apenas a parte da frente da casa ter sido melhorada pode até parecer pouco, mas, segundo Bruno, melhorar a estética de uma casa já ajuda a levantar a auto-estima dos moradores. “A sua casa é meio que parte de você. Se você tem uma casa em estado ruim, a pessoa não se sente bem. Ela não consegue descansar, aproveitar”, explica o estudante do segundo ano do colegial.

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Sob a supervisão de um empreiteiro e um engenheiro, todo o trabalho duro foi feito pelos jovens, desde a preparação da parede, usando uma lixa, até a pintura em si. Mas é claro que os trabalhadores de primeira viagem tiveram algumas dificuldades. “A gente começou a pintar a parede, percebeu que precisa a lixar e começamos tudo de novo. Mexemos a tinta com a mão...”, ri Bruno. “Foi tudo muito engraçado”.

No entanto, de acordo com os adolescentes, o trabalho pesado (e as trapalhadas) nem foram a parte mais marcante do projeto, mas sim entrar em contato com uma realidade completamente diferente da deles. “Tinha algumas casas em condições bastante precárias. Escadas estreitas, muito mofo. Um dos moradores disse que, como eles tinham um telhado ruim, às vezes chovia mais dentro do lugar do que fora”, narra Giovanna. “Senti como é tudo muito apertado. São três cômodos que abrigam sete pessoas. É complicado”, fala Bruno.

“Conviver com estas pessoas, ajudá-las, é um bom jeito de ver o outro lado. A gente vive em um lado mais rico, sem dificuldades, ter este contato foi muito importante”, afirma Gustavo.

Porém, dificuldades à parte, o trio concorda que o mais legal de ter participado do Habitat para a Humanidade foi conhecer os moradores de Heliópolis. “A recepção foi a parte mais legal”, admira Bruno. E o estudante conta que rolou até mesmo um concerto de violino: “Estávamos trabalhando e uma menina começou a tocar para a gente. Foi lindo.”

Mas e o cansaço? “Ah, cansou, mas saí tão satisfeita que fiquei mais feliz do que cansada”, diz Giovanna.

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