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O medo como hobby: “Gostar de filmes de terror nunca atrapalhou minha vida”

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Natália Eiras

Paranóia, assassinatos e sangue jorrando podem assustar a maioria das pessoas, mas não os viciados em filmes de terror. No Halloween, celebrado nesta quinta-feira (31), conheça três jovens que adoram sentir o friozinho na barriga provocado pelo medo

Você está sozinho em uma cabana no meio da floresta quando ouve um barulho lá fora. O som faz os pêlos da sua nuca arrepiarem e um grito de susto fica preso na sua garganta. O coração dispara. Pela vidraça da janela você vê surgir a silhueta de alguém. Esse tipo de situação já teria feito a maioria das pessoas pular na cadeira, esconder o rosto e desejar estar embaixo de um cobertor, mas não os viciados em filmes de terror. O Halloween , comemorado nesta quinta-feira (31), é o dia preferido destes jovens que não veem a hora de se fantasiar de personagens como Freddy Krueger  e Jigsaw  e têm, como principal hobby, sentir o friozinho na barriga característico do medo.

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Quem é a criança mais assustadora dos filmes de terror?

Não se deixe enganar pelo jeito meigo da estudante Beatriz Vicente, , 18. O que esta paulistana mais gosta de ver na tela é sangue jorrando. “Os meus filmes preferidos são ‘Jogos Mortais ’ e ‘O Albergue ’”, explica a garota. “São calcados em cima de mentes de psicopatas e o modo que eles distorcem a realidade para envolver o outro”, se entusiasma a jovem.

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Os filmes sobre assassinos são os prediletos de Bia porque, enquanto outras pessoas costumam usar o mantra “Isto não é real” para não ficar tão assustados durante uma sessão de cinema, a aspirante a atriz curte a pequena possibilidade de um suspense parecido acontecer na realidade. “A gente não sabe se aquilo pode acontecer ou não. Esta ambiguidade me atrai”, fala.

Este tipo de “paranoia” é também o que faz o estudante Gabriel Benedetti , 20, assistir longas do Zé do Caixão  ou a franquia “A Hora do Pesadelo”. “Fico pensando que qualquer um na rua pode ser um serial killer e é isso que importa em um filme de terror, te deixar paranóico”, brinca o rapaz, que começou a gostar do gênero por causa de "A Família Addams ". 

De acordo com a psicóloga Leila Tardivo , este tipo de fascinação é completamente normal. “Gostar de coisas feias tem algo a ver com vencer os medos”, explica a profissional. “É muito frequente na adolescência, porque é uma época de encarar os próprios medos. O filme dá angústia, assusta, o que está ligado a tomar um certo controle disso, de superá-lo”.

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“Gostar de filmes de terror nunca atrapalhou a minha vida
Estudando para se tornar um diretor do gênero, Gabriel já se lançou no mercado ao fazer o curta-metragem “Aniversário em Elm Street ” (assista abaixo), onde Freddy Krueger estraga a festa de um grupo de amigos. Na direção de arte e no comando do roteiro da produção, estava a melhor amiga dele, Ana Flávia Guimarães , 20, cuja amizade nasceu por causa das produções sanguinolentas.

“A Hora do Pesadelo” (1984)

“A Hora do Pesadelo” (1984)

Foto: Divulgação

"Psicose (1960)"

Foto: Divulgação

“O Iluminado” (1980)

“O Iluminado” (1980)

Foto: Divulgação

“Pânico” (1996)

“Pânico” (1996)

Foto: Divulgação

“Brinquedo Assassino” (1988)

“Brinquedo Assassino” (1988)

Foto: Divulgação

“O Exorcista” (1973)

“O Exorcista” (1973)

Foto: Divulgação

“Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado” (1997)

“Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado” (1997)

Foto: Divulgação

“Halloween - A Noite do Terror” (1978)

“Halloween - A Noite do Terror” (1978)

Foto: Divulgação

“O Chamado” (2002)

“O Chamado” (2002)

Foto: Divulgação

“Jogos Mortais” (2004)

“Jogos Mortais” (2004)

Foto: Divulgação

“Bruxa de Blair” (1999)

“Bruxa de Blair” (1999)

Foto: Divulgação

“Atividade Paranormal” (2007)

“Atividade Paranormal” (2007)

Foto: Divulgação

“Sexta-Feira 13” (1980)

“Sexta-Feira 13” (1980)

Foto: Divulgação

“Eu sempre gostei bastante e ela também, aí a gente se encontrou na faculdade”, afirma ele. Gabriel não é, no entanto, a única pessoa que entrou na vida de Ana por causa dos filmes de terror. De acordo com ela, toda a sua trajetória roda mais ou menos em volta deste tipo de longa. “Namoro há três anos um menino que também gosta muito. Até em música tem um pouco de terror, amo os clipes do Marilyn Manson . Tudo na minha vida está ligado a isso”, fala a garota.

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Ana gosta de ver histórias de psicopatas e fantasmas desde criança (“Lembro que vi o meu pai assistindo ‘Os Inocentes’ e me encantei”), assim como Bia e Gabriel. O fato de terem procurado cenas tão violentas quando tinha cinco anos, seis anos de idade, sempre foi motivo de preocupação de seus pais.

“Meu pai não gosta que eu ‘mexa’ com essas coisas por questões religiosas”, afirma Beatriz. “Ele respeita, não é proibitivo, mas preferia que eu não assistisse”.

Já Gabriel brinca que os seus pais estão prevendo o dia em que o rapaz aparecerá com uma máscara medonha na mesa de jantar. “Eles nunca falaram nada, mas até hoje olham estranho quando começo a falar de filmes de terror”, ri Gabriel. “Acho que eles estão esperando eu virar um psicopata”.

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A doutora Leila Tardivo explica que os pais do aspirante a cineasta não precisam ter medo, porque, ao contrário do que as pessoas pensam, o suspense não desperta instintos assassinos. “Os longas não provocam nada. Algumas pessoas já têm alguns aspectos mais prejudicados e podem ficar mais aficcionados com essas coisas”, diz. “Mas se o jovem compartilha, tem amigos, não há problema nenhum”.

“A pessoa tem que ter o senso crítico de separar o que é real e o que não é”, opina Ana. “Não tem nada a ver a criança ser violenta porque joga videogame violento. Gostar de filmes de terror nunca atrapalhou a minha vida”.

Gabriel endossa a opinião da melhor amiga. “É a mesma coisa que falar que um documentário sobre câncer vai te deixar doente ou assistir ‘Harry Potter ’ vai te transformar em bruxo”, compara o jovem. “Se alguém assiste a um filme de terror e começa a matar pessoas, ele já tinha um problema antes”.

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