iG São Paulo
Super-herói da Marvel inspira estudantes da USP, integrantes da equipe ThundeRatz. No Brasil já são 300 grupos cadastrados na RoboCore, principal liga de competições do PaísEstá muito enganado quem pensa que batalha de robôs é algo que só acontece em filmes estrelados pela Megan Fox. A prática, já famosa nos Estados Unidos com eventos milionários, como o RoboGames, está ganhando força no Brasil e conta com mais de 300 equipes oficialmente cadastradas na RoboCore, liga brasileira de competições robóticas há doze anos em atividade.
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Em uma arena blindada, eles batalham por três minutos, usando qualquer tipo de arma mecânica (serras, marretas e rampas, por exemplo), com o objetivo de destruir o adversário.
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Mas as máquinas desenvolvidas por essas equipes são bem diferentes da armadura de Tony Stark em “Homem de Ferro 3”, filme que estreia esta sexta-feira (26) no Brasil.
Elas são pequenas, mas poderosas, e são usadas exclusivamente para as batalhas contra outros robôs -- e não (ainda) para defender a Terra das forças do mal.
O herói da Marvel, interpretado por Robert Downey Jr., é, no entanto, unanimidade entre os integrantes da ThundeRatz, equipe da Escola Politécnica, uma das mais bem-sucedidas no Brasil quando o assunto é robótica.
“Se tivéssemos o dinheiro dele, com certeza seríamos bem maiores e estaríamos muito mais desenvolvidos”, afirma Fernando Barbosa, 21, capitão do grupo e estudante de Engenharia Elétrica. “Também queria ter a inteligência do Tony Stark. Se ele fosse real, estaríamos muito à frente do que estamos agora”, completa Arthur de Oliveira, 19, seu colega de equipe.
Mesmo sem os bilhões da Stark Industries, a equipe da Poli é uma das mais temidas atualmente nos ringues brasileiros. No ano passado, o grupo levou dois troféus do Summer Challenge 2012, competição organizada anualmente pela RoboCore.
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Os campeões foram os robôs Cachorro Louco, na categoria HobbyWeight (até 5,5 kg), e Stonehenge, na categoria Sumô, na qual um robô tem que empurrar o outro para fora do campo de combate. Além dessas, os torneios de robótica geralmente têm cerca de dez modalidades para robôs de 250 gramas até 100 quilos.
A equipe ThunderRatz venceu duas categorias do Summer Challenge 2012 com os robôs Cachorro Louco (foto) e o Stonehenge
Foto: Edu Cesar
'Se tivéssemos o dinheiro dele, com certeza seríamos bem maiores e estaríamos muito mais desenvolvidos', diz o capitão da equipe Fernando Barbosa
Foto: Edu Cesar
Os integrantes do ThunderRatz concordam que robótica não é o melhor assunto na hora da paquera
Foto: Edu Cesar
Mas, mesmo assim, Fernando conseguiu atrair a namorada Nayara, estudante de Oceanografia, para a equipe
Foto: Edu Cesar
Eles garantem que não fazem o esteriótipo nerd. 'Saímos pra tomar cerveja, fazemos churrasco', diz Eduardo
Foto: Edu Cesar
Para construir robôs, não precisa estar na faculdade. O professor Marco Antonio, da PUC RJ, explica que existem kids de iniciação para leigos
Foto: Edu Cesar
Já para participar das competições, basta preencher todos os requisitos estabelecidos pela RoboCore, liga brasileira de competições
Foto: Edu Cesar
O próximo evento da RoboCore acontece em julho, o Winter Challenge. As batalhar serão sediadas pelo Instituto Mauá de Tecnologia
Foto: Edu Cesar
Para mais informações, acesse o site da RoboCore: www.robocore.net
Foto: Edu Cesar
“Também usaríamos o dinheiro de Tony Stark para disputar as competições internacionais. Essa é uma das nossas maiores metas”, conta Barbosa. Ele aponta a falta de verba como principal empecilho para a ThundeRatz não disputar em outros países.
Coisa de nerd
Se os aficionados por robótica não são tão ricos e charmosos quanto Tony Stark, eles também estão longe de ser os nerds perdedores que as pessoas normalmente imaginam. “Dentro da Poli, somos vistos até como ‘folgados’, porque as pessoas acham que estamos brincando com os robôs”, conta Arthur.
Mas em uma coisa todos concordam: o assunto robótica não dos mais atrativos na hora da conquista. “Acho que a menina sairia correndo se eu dissesse de cara que mexo com robôs”, brinca Eduardo Vernieri, 22 anos, aluno de Mecatrônica.
Apesar de não serem o estereótipo nerd, Fernando acredita que os membros são vistos como tal. “Mas somos como todos os outros universitários. Saímos para tomar cerveja, fazemos churrascos juntos. A diferença é que o assunto sempre acaba em robôs”, completa o estudante.
É por isso que, enquanto muitos vibram quando Anderson SIlva entra no octógono do UFC, os aprendizes de Tony Stark estão mesmo interessados em ver os robôs pegando fogo e sendo arremessados contra a parede. “O público vibra como se estivesse torcendo para times de futebol”, conta Felipe Prieto, 22, estudante de Engenharia Elétrica. “As batalhas são emocionantes e é isso o que o universitário quer. Nós estamos levando a engenharia ao extremo”, explica Fernando.
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Como entrar para este mundo?
Construir robôs de combate não é uma tarefa fácil, mas não é necessário uma equipe de faculdade, nem a Gwyneth Paltrow como assistente, para fazer isso. Segundo o professor Marco Antonio Meggiolaro, orientador da equipe Riobotz da PUC Rio, existem kits de iniciação à robótica que são voltados aos leigos.
“Para os iniciantes, têm kits de LEGO com motores e controles, ideais para quem tem pouca noção de robótica”, diz Meggiolaro. Esses kits custam cerca de R$ 400 nos Estados Unidos, enquanto construir um robô de 5 Kg pode sair por R$ 1 mil.
Tanto no Brasil como no exterior, qualquer um pode participar das competições. “Você não precisa ser universitário para participar de uma batalha. Basta ter um robô que preencha todos os requisitos de segurança da organização do evento”, explica o professor, que ganhou seis medalhas de ouro com a Riobotz no último RoboGames, maior evento do gênero no mundo.
Para quem se interessou por esse mundo da robótica e quiser conhecer melhor as batalhas entre as máquinas, o Winter Challenge, próximo evento da RoboCore, acontece entre os dias 7 e 9 de julho no Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul, e contará com a presença das melhores equipes de robótica do país.
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