Natália Eiras
Na Campus Party, que acontece em São Paulo até sábado (1), os computadores de última geração não são os únicos queridinhos dos campuseiros. Alguns participantes viajam centenas de quilômetros com tralhas de todo tipo com o único objetivo de se divertirTem gente que aproveita a Campus Party, cuja sétima edição acontece em São Paulo até sábado (1), para mostrar os computadores de última geração que sugaram suas últimas economias. Outros não querem apenas exibir máquinas superpotentes ou outras parafernálias tecnológicas, mas coisas inusitadas que, além de divertir os participantes, servem para chamar a atenção para um negócio ou apenas para ajudar a conhecer gente nova através do humor.
LEIA MAIS: CPBR7- Primeiro dia tem internet instável, calor e filas
Grupo incentiva meninas a participarem do universo da tecnologia
É muito difícil não ver um lobisomem sentado em uma das bancadas de computadores. O boneco, do tamanho de um homem adulto, é do técnico de hardware Rafael Ferreira, 33, que o trouxe nas cinco vezes em que participou da Campus Party.
“Ele ficava em uma pousada de um amigo nosso”, diz o nerd de Joaonópolis, na divisa de São Paulo com Minas Gerais. Para carregar o lobisomem pela viagem de 121km, o campuseiro usou uma caminhonete. Mesmo com todo o trabalho, ele garante que não é uma forma de fazer propaganda, apenas um jeito de se divertir. “Não representa nada, é só uma brincadeira”, diz.
Quem vê o comunicador Dimitri Leone, 26, com o seu saco de 2kg de salgadinho pensa que ele vai viver disso durante todo o evento. Mas o campuseiro de Pouso Alegre, no interior de Minas Gerais, gastou R$ 12,50 no saco apenas para ter algo para beliscar durante o evento. “Para ficar sentado assim é bom ter o que degustar e ficar levantando para comprar mais não adianta nada”, fala.
O pacote já estava quase na metade porque o campuseiro e os amigos começaram a comer ainda na fila para entrar na CPBR. “Eram dez pessoas comendo e ainda tem tudo isso”, ele aponta.
Já Danilo Ribeiro, 31, de Itu, interior de São Paulo, faz o tipo de nerd saudosista. Apaixonado por fliperama, ele trouxe para a Campus Party uma mesa com os controles daqueles arcades de boteco. “Mandei fazer com um cara no ‘Mercado Livre’”, explica. De acordo com ele, os joysticks, que custaram R$ 270, aguçam a curiosidade dos participantes da feira: “Bastante gente para para perguntar onde comprei, se fui eu que fiz”. Para trazer o “trambolho”, um carrinho de supermercado. “Tinha em casa e resolvi usar”.
Quando abordado pela reportagem, o suporte técnico João Paulo Coelho, 33, de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, estava concentrado fazendo o que faz de melhor: arte com papel e cola. O campuseiro faz modelos usando apenas moldes de toy art. As criaturas, o Goku de “Dragon Ball Z” e o dróide de “Star Wars - Ameaça Fantasma”, eram quase da mesma altura que o criador. “Tenho um programa que cria as peças e eu mesmo monto”, afirma.
E MAIS: Sexo nas Campus Party: “todo campuseiro já vem preparado”
O robô dourado demorou, no total, três meses para ficar pronto. “Terminei mesmo ontem à noite. A cola ainda está secando”, mostra. Ficou tão bom nesta “brincadeira” que começou a lucrar com isso: “Já vendi um Goku por R$ 200 e os capacetes de ‘Star Wars’ saem por R$ 50”.
No meio do corredor central, uma mini mesa de pingue pongue também se destaca. A plaquinha: “Fique à vontade para jogar” deixa o equipamento ainda mais em evidência. “A gente comprou junto e trouxe para nos divertirmos”, explica Weslley Neri, 19. Morador de São Paulo, o campuseiro veio para o evento com o colegas de trabalho Natan Mann, 22, e Clecio Santos, 31. Auto-nomeados “Archnerds”, o grupo tinha apenas um objetivo quando instalou a mesa: “A gente queria causar, chamar a atenção”. Conseguiram!
CONTINUE LENDO: Bermudão e chinelo são o uniforme do campuseiro
25 eventos em todo Brasil para fãs de HQs, games e animes